terça-feira, 14 de setembro de 2010
Cenas do filme "O amor é cego"
Características da amizade
Os alunos do 7° ano deverão fazer um comentário expressando seu entendimento e opinião sobre o texto abaixo proposto pela professora de filosofia. Não esqueça de colocar seu nome, n° e turma no comentário para facilitar a avaliação e o fechamento da nota do bimestre.
Características da amizade
A amizade é uma relação de amor, de afeto, de tipo especial. Ela se desenvolve no tempo, a partir de encontros sucessivos que nos revelam novas perspectivas, novos caminhos, fazendo-nos compreender uma parte de nós mesmos e do mundo que nos rodeia. É um momento de autenticidade, de reconhecimento de identidade frente à diversidade do outro.
A amizade não envolve sofrimento. Os amigos sentem-se bem na companhia um do outro, sem ambivalência (amor e ódio). Não há lugar para mesquinharias, maledicências nem mal entendidos. Cada um ajuda o outro a descobrir, por si mesmo, aquilo que é essencial em sua vida, percorrendo juntos uma parte do caminho.
A amizade é um sentimento recíproco. Não é possível ser amigo de alguém que não seja, por sua vez, nosso amigo.
A amizade é uma relação descontínua. Podemos passar muito tempo sem ser um amigo, mas, quando o vemos, é uma alegria, um reencontro sem cobranças pelo tempo que passou. Podemos retomar as conversas, sem obstáculos, sem mal-estar, sem maiores explicações.
A amizade, também, não é exclusivista, ou seja, podemos ter vários amigos, sem que um roube nada do que damos ao outro. Não há concorrência entre amigos. Há reconhecimento do valor da individualidade única e inconfundível de cada um. Toda individualidade merece esse reconhecimento.
Na adolescência, entretanto, às vezes, a amizade é possessiva. Temos ciúmes do amigo que dá atenção a outra pessoa. Sentimo-nos roubados do tempo e do afeto que ele dedica a outrem.
É o momento de parar e rever essa amizade. Nosso ciúme é fruto do sentimento de posse, que está ligado ao nosso próprio bem e à nossa insegurança, ou é resultado do descaso do outro que já não valoriza a nossa relação e a individualidade como anteriormente? No primeiro caso, somos nós que não correspondemos à amizade e desejamos amputar as possibilidades de descoberta, de afeto, de encontro do outro. No segundo caso, é o outro que não se comporta como amigo, que se desinteressa da relação e que nos desilude com a falta de reciprocidade. Seja por uma razão ou por outra, a amizade está em crise e é necessário discuti-la, resolver os mal-entendidos para que um novo encontro seja possível, ou que os caminhos se separem.
A amizade é, na sua essência, uma relação entre dois indivíduos isolados, donos de si mesmos e iguais, tanto em termos de poder quanto em termos de dignidade. Não é possível haver amizade quando há desequilíbrio de poder, ou seja, quando há dominação. Também não há amizade quando falta dignidade a qualquer uma das partes.
Talvez não seja muito fácil encontrar verdadeiros amigos. Mas, quando os temos, vale a pena cultivar sua amizade, que pode vir a durar a vida inteira.
quarta-feira, 8 de setembro de 2010
A amizade - texto para ser comentado
Os alunos do 7° ano deverão fazer um comentário expressando seu entendimento e opinião sobre o texto abaixo proposto pela professora de filosofia. Não esqueça de colocar seu nome, n° e turma no comentário para facilitar a avaliação e o fechamento da nota do bimestre.
A adolescência é o momento em que os amigos assumem papel primordial, que grupos se formam, que descobrimos, pouco a pouco, nossa identidade. Em função disso, trataremos aqui da amizade, embora a abordagem seja mais psicológica que propriamente filosófica.
Será que quando chamamos alguém de amigo estamos realmente falando de amizade ou estamos confundido com algum outro tipo de relação?
Vejamos alguns tipos de relações às quais às vezes damos o nome de amizade.
Em primeiro lugar, chamamos de amigos os meros conhecidos, pessoas com quem mantemos boas relações, sim, mas com quem não dividimos nossos segredos, nem nossos desejos mais profundos. A relação acaba sendo superficial, sem confiança mútua, base da verdadeira amizade.
Outras vezes, consideramos amigos aqueles que participam do mesmo grupo ideológico, que partilham as mesmas idéias que nós, sejam elas políticas, religiosas, éticas etc. nesse casos, podemos muito claramente separar os amigos (que apóiam essas idéias) dos adversários (que combatem ou são contra as idéias do nosso grupo).
Usamos, ainda, a palavra “amigo” para um terceiro grupo de pessoas, aquelas que, por sua posição social, profissional ou econômica, nos são úteis e ajudam a “dar um jeitinho” nos nossos problemas. Este é o tipo de “amigo” muito comum nos negócios e na política.
Há, por fim, aquelas pessoas com quem estabelecemos uma relação de amizade baseada na simpatia e nas afinidades pessoais. São as pessoas que nos compreendem, apesar de nem sempre concordarem conosco. Estes são os verdadeiros amigos, em quem depositamos confiança e a quem dedicamos afeto.